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A raiva humana mata. Embora sejam registrados poucos casos por ano no país, quem desenvolve os sintomas graves da infecção raramente tem chances de cura. Por isso, é importante tomar cuidado com animais que possam transmitir esse vírus.

Entre eles está o morcego-vampiro, que tem esse nome porque se alimenta de sangue. Mais comum em áreas rurais, onde ataca o gado, ele também pode ferir pessoas. A seguir, conheça detalhes sobre a doença e veja como se proteger.

Como é a transmissão da raiva

A raiva é transmitida por um vírus. Apenas mamíferos carregam esses agentes etiológicos, desde pets (cães e gatos) até animais silvestres como graxains, guaxinins do tipo mão-pelada e saguis.

Outro hospedeiro é o morcego-vampiro (Desmodus rotundus). Ele acaba sendo uma preocupação maior porque vive em grandes colônias. Ou seja: onde há um exemplar infectado, pode haver outras dezenas ou centenas deles.

Morcego-vampiro (Desmodus rotundus)
Morcego-vampiro pode carregar o vírus transmissor da raiva.

Os morcegos costumam viver em cavernas, ocos de árvores e poços artesianos antigos. Ainda, podem se instalar no interior de prédios abandonados. O importante é ter um corpo d’água por perto para matar a sede dessas criaturas.

Apesar dos riscos, vale dizer que o simples contato com um bicho não significa que você vai desenvolver a raiva humana. Isso porque o vírus só penetra no corpo quando a saliva do animal infectado atinge um ferimento aberto ou alguma mucosa.

As principais formas de transmissão da doença são por meio de mordedura ou arranhadura. Porém, uma simples lambida pode ser suficiente para passar o vírus.

Sintomas da raiva humana

O tempo de incubação do vírus da raiva varia bastante. Em geral, quanto mais próximo da cabeça da vítima estiver o ferimento, mais rápida será a progressão da doença. Isso porque ela atinge o cérebro e compromete o sistema nervoso.

Os primeiros sintomas se assemelham a uma infecção comum. Pode haver mal-estar, dor de cabeça, perda de apetite, enjoo e desarranjo gastrointestinal.

À medida que o vírus se espalha pelo cérebro, surge a encefalite. Essa inflamação agrava o quadro neurológico do paciente, que pode apresentar:

  • Febre alta, próxima aos 40°C;
  • Confusão mental;
  • Agressividade e acessos de fúria;
  • Hiperexcitabilidade (até mesmo sexual);
  • Espasmos musculares dolorosos;
  • Crises convulsivas;
  • Hidrofobia (dificuldade para engolir);
  • Fotofobia (sensibilidade à luz).

Nos estágios mais avançados da raiva humana, o sistema nervoso está tão comprometido que o corpo sucumbe a uma síndrome paralítica generalizada. Depois vem o coma e, em seguida, morte por parada respiratória.

Saiba mais: Alerta! Listamos 5 doenças transmitidas por pragas

Tratamento para raiva humana

Uma pergunta comum é se a raiva humana tem cura (?). A resposta é não. No entanto, é possível prevenir a doença, já que a vacina antirrábica é a principal medida de prevenção. Além disso, quando a doença aparece, é possível tratá-la enquanto os sintomas clínicos não aparecem. Lembrando que, sem tratamento, a pessoa infectada geralmente morre entre dois e sete dias após o início dos sintomas.

Guia Prático de Atendimento Antirrábico no Rio Grande do Sul, publicação da Secretaria da Saúde do Estado, traz recomendações para prevenir e tratar a raiva humana. Confira:

Profilaxia pré-exposição

Esse cuidado é indicado a profissionais com risco de exposição permanente ao vírus da raiva. São médicos veterinários, biólogos e trabalhadores do campo, por exemplo.

Nesses casos, recomenda-se tomar três doses preventivas da vacina antirrábica, dentro de um período de 28 dias. Também é importante realizar o controle sorológico pelo menos a cada dois anos para verificar se ainda há anticorpos para a doença.

Tratamento pós-exposição

Se você sofrer ataque de um animal possivelmente transmissor da raiva, primeiro lave a ferida com água e sabão. Após isso, aplique álcool-iodado ou outro antisséptico semelhante.

Como o vírus é sensível a agentes químicos, pode ser neutralizado em poucos minutos com a profilaxia. Dessa forma, a raiva humana tem cura antes de causar danos irreversíveis.

No entanto, por precaução, ainda é preciso procurar uma unidade de saúde para aplicação do soro antirrábico e da vacina. Pelo protocolo gaúcho, são necessárias quatro doses desse imunizante.

Onde tomar vacina contra raiva humana no RS

A rede pública de saúde oferece o tratamento antirrábico gratuitamente. Portanto, em caso de mordedura ou acidente envolvendo animal silvestre, procure a unidade mais próxima de sua casa. A avaliação médica apontará a necessidade de soro ou vacina. Pelo protocolo gaúcho, são necessárias quatro doses desse imunizante.

Em Porto Alegre, os locais que aplicam a vacina antirrábica são os seguintes:

Unidade de Saúde Modelo

Endereço: Rua Jerônimo de Ornellas, 55
Fone: (51) 3289-2555
Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 08h às 12h, das 13h às 17h e das 18h às 21h30min

Unidade de Saúde Tristeza

Endereço: Rua Wenceslau Escobar, 2442
Fone: (51) 3268-8703
Atendimento: Segunda, quarta e sexta-feira, das 8h à 14h

Como funciona a vacina contra a raiva?

A vacina contra a raiva age com o objetivo de estimular o organismo a produzir sua própria proteção (anticorpos) contra essa doença. Além disso, o processo de vacinação abrange a prevenção antes da exposição (profilaxia pré-exposição), e também a prevenção após suspeita ou confirmação de exposição ao vírus (profilaxia pós-exposição), resultante, por exemplo, de mordidas ou arranhões por cães ou outros animais.

Quem pode tomar a vacina contra a raiva?

As pessoas que podem tomar a vacina são aquelas que tiveram contato forçado, seja por mordidas ou arranhões de cães ou animais, além, claro, de grupos prioritários expostos a risco frequente de contaminação, como veterinários, funcionários de abatedouros.

Quantas doses da vacina eu preciso tomar? 

Para casos que envolvem a pré-exposição (conforme a Nota Técnica Nº 8/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS do Ministério da Saúde) são indicadas duas doses (nos dias 0 e 7), além do controle de anticorpos protetores, que são feitos por meio de testes em laboratórios. Esses testes, inclusive, vão indicar se há necessidade de novas doses da vacina ou se a pessoa continua protegida contra uma possível exposição ao vírus. 

Em casos pós-exposição, deve-se iniciar o esquema vacinal de quatro doses nos dias 0, 3, 7 e 14 após o acidente.

Veja também: Controle de pragas no verão é essencial para conter a proliferação

O soro e a vacina são a mesma coisa

Não são a mesma coisa. A vacina produz anticorpos protetores contra o vírus rábico por ser inativada, sem risco de causar a doença. Já o soro é uma solução purificada de anticorpos preparada a partir do soro de equinos hiperimunizados contra a raiva.

Como se proteger da raiva humana

Se você convive com morcegos em sua residência ou propriedade rural, tem que tomar cuidado com a raiva. O Guia de Atendimento Antirrábico no RS lista algumas orientações. Confira:

  • Evite tocar em animais feridos e doentes;
  • Se um morcego invadir a residência, não o manipule diretamente – em vez disso, use um balde ou panos para capturá-lo;
  • Em seguida, ligue para a Vigilância Ambiental de seu município, que poderá recolher o bicho e, inclusive, enviá-lo para diagnóstico laboratorial de raiva;
  • Em caso de exposição ao mamífero, com ou sem agressão, procure atendimento de saúde;
  • A profilaxia para raiva humana também é indicada em casos duvidosos, quando não há certeza de contato – por exemplo, se você acorda e se depara com um morcego dentro de casa;
  • Na zona rural, nunca entre em grutas ou furnas sem proteção;
  • Notifique a existência de animais errantes na vizinhança;
  • Lembre-se: casos confirmados de raiva em animais devem ser notificados à SEAPI/RS (Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul). Se houver humanos envolvidos, a notificação também se estende à Regional de Saúde.

Saiba mais: Morcegos são sempre perigosos? Saiba quando eles oferecem riscos reais

Casos de raiva em humanos no Brasil

O Brasil registrou 48 casos de raiva humana entre 2010 e 2024 – uma média de 3,48 casos por ano no país. Desses, nove foram causados por mordidas de cães, 24 por morcegos (50% dos casos), seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos, e um por bovino. Em dois casos, não foi possível identificar o animal que provocou a agressão. 

Quem desenvolve sintomas dificilmente tem chances de cura, devido ao caráter agudo e progressivo da infecção. Com relação ao Rio Grande do Sul, podemos dizer que o estado é privilegiado. Por aqui, o último caso de raiva em humanos foi detectado em 1981, na cidade de Três Passos. 

O ciclo urbano da doença também está sob controle, já que a maioria dos animais domésticos recebe vacinação. No entanto, a raiva continua a atingir bois e cavalos no meio rural, principalmente devido a ataques do morcego-vampiro. Desse modo, é necessário vacinar os rebanhos e adotar outras medidas preventivas.

Casos de raiva humana da última década no Brasil.
Casos de raiva humana da última década no Brasil. Fonte: Reprodução/Ministério da Saúde

Inibição de morcegos ajuda a prevenir propagação da doença

Para reforçar ainda mais sua proteção, conte com o controle de morcegos da Desinservice.

Nossa equipe conduz o mapeamento da área para identificar focos de infestação. Então, aplica um produto inibidor para espantar a colônia.

O trabalho também prevê a vedação das entradas, impedindo o retorno dos animais. Por fim, há a remoção do esterco e a sanitização completa do local, que elimina o mau cheiro e mata microrganismos nocivos.

Quer saber mais? Entre em contato conosco e solicite um orçamento para inibição de morcegos. Fones: 0800 042-0291 / (55) 3028-6888 / (51) 3723-1502. Whatsapp: (55) 99905-3373. Atendemos em todo o Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

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