A poluição ameaça os recursos hídricos do mundo inteiro. Por isso, é importante observar a qualidade da água destinada ao consumo humano.
Hoje vamos explicar quais são os parâmetros de análise que determinam se o líquido é potável. Também falaremos dos tratamentos necessários para garantir a segurança sanitária na sua casa ou no seu negócio. Fique conosco!
O que define a qualidade da água
Água potável é aquela que qualquer pessoa pode consumir sem pôr em risco a própria saúde. Afinal, não há presença de sujidades nem de agentes contaminantes, como metais pesados ou microrganismos causadores de doenças.
Talvez você tenha aprendido ainda na escola que essa qualidade é medida a partir de algumas características físicas. Muitos dizem que o líquido deve ser inodoro, incolor e insípido – o que significa que não tem cheiro, nem cor, nem gosto.
Só que não é bem assim. Na prática, até mesmo a água tratada pode ter sabor. Alguns elementos químicos inofensivos à saúde humana conferem gosto de terra ou metal, por exemplo.
Uma reportagem de GZH explica o processo de degustação realizado semanalmente por técnicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre. O chamado painel sensorial serve para verificar a qualidade da água que chega às torneiras da capital gaúcha. Segundo os profissionais, perceber sabores sutis é normal.
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Como é avaliada a qualidade da água
O que realmente define a potabilidade são elementos imperceptíveis a olho nu. Por isso, o Brasil adota o Índice de Qualidade das Águas (IQA), uma série de indicadores úteis para atestar a segurança sanitária do líquido que você bebe.
As avaliações incluem, entre outros, parâmetros como:
- A quantidade de oxigênio dissolvido, essencial para a preservação da vida aquática;
- A presença de coliformes termotolerantes – bactérias que, em grande quantidade, pode indicar a existência de microrganismos causadores de doenças;
- O potencial hidrogeniônico (pH), que mede o nível de acidez ou alcalinidade;
- A turbidez (falta de transparência) da água;
- A quantidade de resíduos totais que permanecem no local após a evaporação.
Esses parâmetros têm pesos diferentes na análise de qualidade da água. A soma dos pontos resulta numa nota que vai de 0 a 100.
Qualidade da água no Brasil
A pontuação final do IQA é classificada em faixas, que variam entre os estados do Brasil. Para você ter uma ideia, as autoridades gaúchas consideram “ótima” a água que atinge entre 91 e 100 pontos. Já estados como São Paulo, Goiás e Pernambuco permitem que amostras acima de 80 pontos entrem nessa mesma categoria.
Veja, abaixo, quais são as faixas de IQA utilizadas no Rio Grande do Sul:
- Ótima: 91-100 pontos;
- Boa: 71-90 pontos;
- Razoável: 51-70 pontos;
- Ruim: 26-50 pontos;
- Péssima: 0-25 pontos.
O que diz a legislação
A Portaria de Consolidação Nº 5, do Ministério da Saúde, determina que o controle e a vigilância da qualidade da água para consumo humano são de responsabilidade coletiva. A União, os estados e os municípios devem desenvolver e executar ações relativas ao tema, levando em conta as particularidades de cada região.
As companhias de abastecimento também têm um papel importante. Uma de suas incumbências é coletar água em diversos pontos de amostragem para conduzir análises laboratoriais. Então, verifica-se se o líquido tratado atende aos seguintes critérios de potabilidade:
- Ausência da bactéria Escherichia coli;
- Ausência de coliformes totais na saída do tratamento;
- Nível tolerável de coliformes totais no sistema de distribuição (reservatórios e rede). A quantidade de partículas permitida varia de acordo com o número de habitantes da cidade, podendo aparecer em no máximo 5% das amostras.
Por fim, as empresas precisam respeitar normas para manter os mananciais limpos. Isso significa tratar os efluentes tóxicos, como esgoto, óleos, graxa e materiais sedimentares. A Resolução 430, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), traz as diretrizes para a gestão correta desses agentes poluidores.
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Importância da análise de qualidade da água
Monitorar a qualidade da água é um cuidado primordial. Sem esse esforço, fica impossível afirmar se o líquido é seguro para o consumo.
Isso porque bactérias, protozoários e outros parasitas são invisíveis ao olho humano. Desse modo, mesmo que os microrganismos estejam presentes em fontes subterrâneas e superficiais de captação, você não conseguirá percebê-los.
Além do mais, infelizmente há indústrias e empresas que não seguem as determinações do Conama. Ou seja: elas liberam efluentes na rede de esgoto sem qualquer monitoramento. Isso aumenta a concentração de metais pesados, gorduras e demais resíduos tóxicos nos rios, o que se torna uma ameaça à saúde coletiva.
Aliás, não só à saúde, como também às finanças públicas. Quanto mais poluentes são jogados na natureza, mais caro sai para tratar a água.
Como melhorar a qualidade da água
Você também pode fazer sua parte para melhorar a qualidade da água. Existem serviços que diminuem a quantidade de sujeira e microrganismos nos reservatórios. Veja:
Instalação de filtros de água
Os aparelhos purificadores usam carvão ativado, que atua como uma esponja. Dessa forma, conseguem remover níveis significativos de compostos orgânicos. O resultado é uma água mais clara, de sabor suave e sem odores desagradáveis.
Cloração de poços
Os poços artesianos não passam pelo mesmo tratamento que as redes municipais de abastecimento. Sendo assim, uma alternativa é recorrer à ação bactericida da cloração. Inclusive, alguns sistemas automatizados liberam cloro na quantidade exata para o volume de água de cada local.
Higienização de reservatórios
Por sua vez, a limpeza de caixa d’água é uma solução eficaz para diminuir os riscos de contaminação. Vale lembrar que, com o tempo, os reservatórios acumulam minerais e matéria orgânica presentes na água tratada. Para as estruturas não se tornarem criadouros de microrganismos, deve-se recorrer ao processo profissional de desinfecção biológica.
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